No Blog Direito sanitário: saúde e cidadania foi publicado, no dia 30/05/12, um texto que recorda a importância da luta em defesa do SUS.
No final do texto pode ser acessado o formulário para que seja possível contribuir com a assinatura no Projeto de Lei de iniciativa Popular, pela revisão imediata da Regulamentação da Emenda 29 e destinação de 10% da Renda Bruta da União para a saúde.
"A Luta em Defesa da Saúde é contínua… e precisa avançar! Neilton Araujo de Oliveira[1]
No final do texto pode ser acessado o formulário para que seja possível contribuir com a assinatura no Projeto de Lei de iniciativa Popular, pela revisão imediata da Regulamentação da Emenda 29 e destinação de 10% da Renda Bruta da União para a saúde.
"A Luta em Defesa da Saúde é contínua… e precisa avançar! Neilton Araujo de Oliveira[1]
Desde antes do nascimento do SUS, na
Constituição Federal de 88 (Brasil, 1988), a luta pela Saúde Pública
tinha grande relevância e representava um esforço de inúmeros sujeitos
sociais para sua efetivação… como direito e como sistema. Nessa fase
pré-constitucional, cuja síntese pode ser considerada a histórica 8ª
Conferência Nacional de Saúde, essa luta adquiriu grande visibilidade, e
maior força política, na articulação que ficou conhecida como Movimento
da Reforma Sanitária Brasileira (MRSB), onde diversos autores sociais
se destacaram e alguns até nasceram, como foi o caso do CEBES.
A criação do CEBES em 1976 (Fonseca,
2000) representou um novo e importante espaço de mobilização, num
contexto político de forte conotação e de grande tensão ideológica, que
então orientava o MRSB (e a própria atuação do CEBES) nos anos
seguintes. Isso veio a propiciar maior discussão e participação em torno
da questão “saúde”, na sua dimensão de Direito Social e na sua
necessidade de ser assistida com qualidade, e na sua relação com a luta
pela Democracia e a Cidadania, dentre outros valores.
Entretanto, e mais especialmente, foi a
busca da construção de um sistema – que dê conta de atender de forma
integral esse sempre DIREITO HUMANO, mas com a DF/88 um então DIREITO
CONSTITUCIONAL – que canalizou a maior parte das forças políticas e
sociais, já volumosas no final de década de 80 e início da década de 90,
e que continuam se ampliando, diversificando e se fortalecendo.
Seguramente, isso foi determinante, até agora, para que diante de tantas
(e até atuais) tentativas de destruir o SUS não o perdêssemos.
Essa ideia de movimento plural e
mobilização interinstitucional e intersetorial vem, ao longo dos últimos
35 anos, orientando as diversas e diferentes iniciativas (e os
múltiplos atores sociais e políticos) que intensificaram e fortificaram a
luta em defesa da saúde, tanto no campo organizacional quanto no campo
ideológico, de modo a permitir as inúmeras conquistas e avanços na
construção do Sistema Único de Saúde (SUS), que, no entanto, não deixa
de continuar ameaçado.
Portanto, é essa mesma ideia de movimento
plural e a permanente disposição de defender o SUS de qualidade que
orientam, nesse momento, uma nova iniciativa, o “Movimento Nacional em
Defesa da Saúde Pública” representado por uma ampla frente composta por
mais de 50 entidades, com lançamento oficial em 17/04/2012, e cujo
principal objetivo é o de aprovar um Projeto de Lei de iniciativa
Popular, pela revisão imediata da Regulamentação da Emenda 29 e
destinação de 10% da Renda Bruta da União para a saúde.
É necessário lembrar que, com a então
recente regulamentação da EC 29, “nenhum novo recurso federal foi de
fato destinado para garantir a universalidade da saúde. O projeto de
regulamentação que se encontrava no Senado (PLS127/2001) não foi
aprovado na versão original (aplicação da União em 10%, no mínimo, da
receita corrente bruta-RCB) , que poderia ter acrescentado para o
orçamento do Ministério da Saúde de 2011 o correspondente a cerca de R$
32,5 bilhões” (Mendes, 2012).
Para o projeto chegar ao Congresso
Nacional será necessário pelo menos 1,4 milhão de assinaturas, ou seja,
1% (um por cento) do eleitorado brasileiro, o que está mobilizando essas
entidades no recolhimento das assinaturas e na ampliação dessa
discussão e sua importância para a saúde da população.
Todas as pessoas podem participar desse
esforço e mobilização, e colocar sua assinatura no projeto. Para isso é
só baixar o formulário no site http://www.saudemaisdez.org.br/ e,
depois de preenchido e assinado, o encaminhar através de sua entidade
ou de qualquer uma outra das mais de 50 instituições participantes dessa
proposição.
A Luta em Defesa da Saúde é contínua… e precisa avançar!
Referências:
BRASIL. Constituição Federal 1988. Acesso em 08/12/2009 e disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao_Compilado.htm
Fonseca, CMO. Repensando o papel do
Estado diante da saúde pública contemporânea. Hist. cienc.
saude-Manguinhos vol.6 no.3 Rio de Janeiro Nov. 1999/Feb. 2000. Acesso
em 15/05/12 e disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702000000400013
Blog do CEBES. Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública: Cebes, presente! Acesso em 15/05/12 e disponível em: http://www.cebes.org.br/verBlog.asp?idConteudo=2639&idSubCategoria=56
Mendes, A. Análise de conjuntura do financiamento público federal de saúde no Brasil. Acesso em 15/05/12 e disponível em: http://www.saudemaisdez.org.br/
[1]Médico, Mestre em Saúde Coletiva, Doutor em
Ciências, Professor da UFT-Universidade Federal do Tocantins e Diretor
Adjunto da ANVISA – é um dos articuladores da REDE DS e Editor do BLOG
DIREITO SANITÁRIO: Saúde e Cidadania."
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